Viajar traz um enorme crescimento pessoal, nos enriquece e traz experiências transformadoras. “Viajar é a única coisa que você compra e te faz mais rico.” … “ é trocar a roupa da alma.” É se despir de tudo que se sabe e se viveu e vestir uma nova vida, um novo olhar sobre as coisas, sobre as pessoas e sobre o mundo. Viajar é o melhor investimento e com retorno imediato!
Imagina então viajar para um lugar muito rico, mas muito rico MESMO! em se tratando de história, cultura, arte, culinária e o melhor, bem aqui no Brasil. Sem ter que investir uma fortuna em dólares ou euros e ter que atravessar metade do mundo para chegar no destino. Não que isso não seja bom também, mas quando ainda estamos numa pandemia mundial e a nossa economia não ajuda em nada, devemos ser criativos e olharmos para as nossas riquezas, que aliás, desculpe o trocadilho, é ouro puro…
Então lá fomos nós descobrir o que as Cidades Históricas de Minas Gerais nos reservava. E posso com certeza dizer: muitas maravilhas!!
Falemos das minas ainda existentes que nos conta sobre o sacrifício daqueles que escavaram as entranhas da montanha em busca de riquezas. Desde a sua fundação, no início do século XVIII, foram retiradas aproximadamente 35 toneladas de ouro, como a Mina da Passagem em Mariana que é a maior mina de ouro do mundo aberta à visitação e que guarda segredos e mistérios que encantam a todos. A descida para as galerias subterrâneas se faz de modo incomum, através de um trolley. O percurso tem 315 metros de extensão e chega a 120 metros de profundidade, onde se vê um maravilhoso lago de águas cristalinas, formado pelos aquíferos que inundaram quilômetros de túneis, quando estes deixaram de ser bombeados. O cenário do interior da mina impressiona a todos, com suas galerias, salões e colunas.
Os casarios antigos das cidades como Mariana, Ouro Preto, Tiradentes, Sabará e Congonhas remontam séculos e é o maior conjunto barroco do mundo. Ouro Preto por exemplo é uma cidade setecentista em pleno séc. XXI. Anacronismos à parte, a antiga Vila Rica foi palco da vaidade, da soberba, da competição e da genialidade humana.
E as Igrejas? de tirar o fôlego… que riqueza, que emoção, que orgulho !! não precisa ser católico para apreciar uma dessas maravilhas! Precisa ter sensibilidade e amor aos nossos talentosos artistas como Manuel Francisco Lisboa, o Aleijadinho, Francisco Lima Cerqueira, Pedro Gomes Chaves, Francisco Xavier de Brito entre outros gênios.
O Barroco mineiro é o estilo mais encontrado entre o início do século XVIII e o final do século XIX. O termo usualmente se refere à arquitetura desse período, mas teve expressões importantes também na escultura e na pintura. Pode ser chamado de barroco mineiro, porém, apesar de consagrado pelo uso, é uma formulação inexata, visto que boa parte da manifestação artística desse período em Minas Gerais aconteceu dentro da esfera do rococó, que muitos estudiosos consideram não um simples estilo barroco, mas uma escola independente. Alguns estudiosos têm defendido que, por volta de 1760, o estilo predominante em Minas teria sido o Rococó, especialmente em relação à elaboração das fachadas das edificações religiosas, ornamentação interior e a disposição quadrangular das igrejas. Por isso, a aplicação do termo é anacrônica, ou seja, fora do contexto em parte do período do Ciclo do Ouro.
Mas porque tantas Igrejas? São dois motivos principais. Um é que as igrejas eram
grandes fontes de arrecadação de tributos no período colonial, portanto, ter mais
igrejas, significava mais dinheiro pra coroa e o outro motivo era o fato das classes
sociais não se misturarem nem nas igrejas, por isso cada classe tinha a sua, por
exemplo, havia a igreja dos negros escravos, a igreja da classe dos trabalhadores
(artesãos, marceneiros, etc), da burguesia, entre outros. Por isso umas mais simples e singelas e outras rebuscadas, cheias de ouro e impressionantes!
Todas as Igrejas cobram uma pequena taxa de visitação e sempre em espécie.
A culinária mineira, uma das minhas prediletas dentre tantas que nosso país oferece, se mostrou ainda melhor em alguns restaurantes e mercados que visitamos. O mineiro adora comer e trata sua comida como uma riqueza local. Frango com quiabo (um clássico ) , tutu, feijão tropeiro, leitão a pururuca, vaca atolada, doce de leite,goiabada cascão e claro .. o pão de queijo ( servido com pernil, linguiça, etc) Não tem como não voltar pesando uns quilinhos a mais …
E como não falar sobre o Ora-Pro-Nobis em latim, é “rogai por nós- A planta da espécie Pereskia Aculeata ou da espécie Pereskia Grandifolia antigamente era usada para substituir a carne e, por isso, foi apelidada de carne dos pobres e matou a fome de muita gente ao longo dos tempos. Mas nossa viagem não seria completa se não visitássemos o famoso, grandioso e único Museu Inhotim localizado em Brumadinho. Trata-se do maior museu a céu aberto do mundo e seu acervo vem sendo formado desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente dos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo Parque Ambiental. Eu indico
comprar o ingresso do veículo local porque as distâncias são gigantescas. Ao fim dia você estará destruído fisicamente e irá perceber que não deu conta de visitar nem a metade desse Museu enorme. Mas as experiências ali vividas ficarão para sempre na memória e o gosto na boca de querer voltar… Minas é magia, é paisagem única, é hospitalidade, é boa comida. Como diz o hino de Minas Gerais “quem te conhece não esquece jamais”. Ficou incrustada no coração feito jóia rara…. Vamos voltar!!!
Por Rosane Mendes
Mulheres Pelo Mundo